segunda-feira, 29 de julho de 2019

Bullying no ambiente escolar - um problema de todos nós!

A escola é um organismo vivo em que a vivência dos seres que a compõe é de extrema importância para criar um ambiente de aprendizado construtivo e que se refletirá, consequentemente, na sociedade que a engloba. E é a partir dessa premissa que podemos enxergar o bullying muito além das simples brigas ou implicâncias que o senso comum ainda teima em normatizar. 

Termo derivado do inglês, o bullying é um tipo de violência que causa muitos danos à saúde física e mental das pessoas que estão inseridas nesse triste universo. Todos são atingidos, direta ou indiretamente: agressor, agredidos, pais, professores, a escola e a sociedade. Só há perdas, pois o ódio semeia o sentimento de vingança, a desesperança, a vontade de não estudar e de não mais viver. 


O Massacre de Columbine, Realengo e de Suzano não são apenas tragédias que mostram a face mais cruel do mundo em que vivemos; são produtos de políticas públicas que falharam, de olhares superficiais dos superiores, da superlotação das escolas públicas, da negligência dos pais em escolas particulares, da criminalidade ao redor e dos professores acuados e exauridos. Trata-se de um sistema que há muito tempo colapsou. 

Entretanto o que é mais importante nesse contexto? Punir o agressor ou evitar que ele se torne um? 

É tentador dizer que a primeira opção seria a mais adequada. Esse seria o meu eu anterior (vítima de bullying por muitos anos) falando antes de ter contato, como pibidiana, com as escolas, as políticas educacionais e o dia a dia dos alunos. Não cogitaria entender a questão e a força motriz que a impulsiona. A punição por si só nunca será o melhor caminho. O diálogo e a conscientização do valor do outro são as melhores armas no combate a esse mal que nos assola. 

Manchetes como a do G1 de 16 de abril de 2011 só atestam a importância do combate para alcançar o resultado esperado:


Bullying motivou 87% de ataques em escolas, diz estudo dos EUA
Pesquisa analisou 66 ataques no mundo de 1955 a 2011.



Em uma rotina com tantas salas, alunos e a diversidade vigente, não é tão fácil perceber a agressividade que camufla-se. Por isso deve-se estar sempre muito atento: 

"A agressividade nem sempre aparece de maneira explícita nos comportamentos. Na maioria das vezes ela se manifesta através de “brincadeiras”, implicâncias, deboches, difamações, intolerância, sobretudo entre crianças e adolescentes e nem sempre chega ao conhecimento dos pais e professores."  (OLIVEIRA, 2015)


É necessário sinalizar qualquer comportamento que indique uma perturbação, um desvio de comportamento, mesmo que não pareça tão alarmante. Pois as medidas a serem tomadas dependem de um conjunto de profissionais e de debates para resolver o problema. 

Deve-se mudar as atitudes, até mesmo de quem já sofreu com o bullying. É abraçar a causa do combate a essa violência para que se chegue a uma escola de qualidade. Porque "juntos nós ficamos em pé, divididos nós caímos." como disse Roger Waters em 1979*.


Autor@: Pibidian@ Ticyana Franco


Fontes:




* Canção Hey You, álbum The Wall, Pink Floyd, 1979.

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