Olga Benário - O legado de uma revolucionária comunista judia-alemã

Olga Benário Prestes

As mulheres, ao longo da história, desempenharam papéis de suma importância e, de certo modo, revolucionários, desafiando os padrões impostos pelo pensamento vigente no período em que viveram. Diante da recente homenagem do Exército Brasileiro a um major alemão que lutou em prol da Alemanha Nazista, torna-se necessário rememorarmos uma personagem que muitas vezes passa despercebida em nossos estudos cotidianos. 

Olga Benário Prestes foi uma revolucionária comunista de origem judia alemã que atuou em sua juventude na luta contra o nazismo na Alemanha. Posteriormente fugiu para a então União Soviética, na qual recebeu treinamento político-militar. Poucos anos depois, Olga recebeu uma missão da Internacional Comunista como auxiliar no Partido Comunista Brasileiro, ao lado de Carlos Prestes, que possuía o objetivo de liderar uma revolução armada com o apoio de Moscou. Porém a insurreição foi fortemente reprimida pelo Governo de Vargas e alguns dos líderes comunistas foram presos. 

Olga e Carlos Prestes conseguiriam escapar e viveram clandestinamente durante alguns meses. Entretanto foram presos em 1936 e na prisão Olga descobriu que estava grávida. Nesse mesmo ano ela foi deportada para a Alemanha, sendo detida pela Gestapo e levada para uma prisão de mulheres, onde teve sua filha Anita Leocádia Prestes (entregue para a avó paterna após o período de amamentação). Em 1942, Olga foi condenada à morte na câmara de gás, no dia 24 de abril, aos 34 anos, juntamente com mais duzentas mulheres.

Cena do filme Olga de 2004

Assim como Sophie Scholl (uma das únicas mulheres integrantes da Rosa Branca), Olga deixou sua marca na batalha contra o nazismo, tornando-se um símbolo de luta e resistência feminina. Embora seja aclamada como uma heroína na Alemanha, dando nome a muitas escolas, parques, praças e outros, no Brasil é, ainda, pouco conhecida. 

Um filme homônimo sobre sua vida foi feito em 2004, tendo como protagonista a atriz Camila Morgado. 

Autor@: Pibidian@ André Campos