sábado, 20 de abril de 2019

Calçando as sandálias de docente por um dia: relato de experiência de uma pibidiana - IFMA Centro Histórico


Uma das maiores preocupações percebidas pelos pibidianos, ao longo do processo em sala de aula, é, de forma quase unânime, o receio pela falta de participação e colaboração por parte dos alunos no decorrer das aulas. Isso se dá porque o nosso objetivo de refletir sobre os métodos aplicados no ambiente de sala de aula trouxe como consequência certa aflição por resultados satisfatórios – e, digo, dessa forma, a nossa percepção de que os conteúdos ministrados estão sendo absorvidos, questionados e construídos pelos estudantes. 


Ocorreu-me, recentemente, um episódio em que tive de pôr à prova, e de forma efetiva, se eu e mais três pibidianos (Gustavo Moura, Thamyres Nascimento e Joelberte Pinheiro) seríamos capazes de conduzir uma turma de 1° ano do IFMA Centro Histórico em uma discussão inicial sobre o Egito. Tal evento foi necessário devido à participação da Professora Creudecy Costa em uma reunião na escola, com a participação de outros discentes, no mesmo horário em que a aula deveria ser ministrada. 

Logo depois que fomos avisados sobre a necessidade de estamos em sala de aula sem a presença da professora, iniciamos um processo junto a ela para a elaboração de ideias que poderiam ser aplicadas em sala. A discussão perdurou por horas, mas, logo no fim do dia, chegamos a um consenso: devido ao restante de tempo que teríamos para planejarmos o dia posterior, a professora instruiu-nos a apresentar um documentário sobre o assunto à turma para que, logo depois, fosse proposta uma discussão diante do que foi apresentado. 

Utilizamos o documentário, previamente selecionado pela professora, Construindo um Império: Egito (Engineering an Empire: Egypt, EUA, 2006, History Channel) que, a princípio, tem uma abordagem muito interessante sobre os diversos impérios instituídos e construídos no país, abarcando temas como política, cultura, religião e sociedade há cerca de três mil anos antes de Cristo. 

A multimídia possui quase duas horas de duração, e esse foi o segundo desafio que tivemos de enfrentar. Muitos alunos, logo após a primeira hora, se dispersaram do audiovisual. Passados alguns minutos em que percebemos o comportamento, resolvemos interromper a execução do vídeo e iniciarmos as discussões sobre o que foi possível captar. Chegou, então, a hora que precisamos da participação deles. 

Focamos em perguntas abertas, para que pudessem opinar livremente sobre o assunto, iniciando com as clássicas: o que captaram, o que entenderam, o que foi novidade e as concepções que tinham sobre o país a partir do exposto. De imediato os alunos começaram a opinar! De tal forma que foi preciso nossa interrupção por pedido de ordem e organização das falas. A reação nos causou surpresa. Discutimos temas que abordaram sobre o desenvolvimento da arquitetura, as formas de governo, a religião e a representatividade feminina no Egito Antigo, por exemplo. A interação e a ansiedade por momento de fala foram tantas que percebermos que o tempo reservado seria insuficiente para que todos expressassem sua opinião. Aliviou-nos saber que continuaríamos a discussão na próxima aula. 

A princípio, pareceu-me impensável que nós, jovens universitários recém-chegados no ambiente, pudéssemos obter resposta tão satisfatória em uma turma de Ensino Médio sem a presença do docente responsável pela sala, conquistar o respeito e admiração da turma em tão pouco tempo, e, consequentemente, presenciar a colaboração de muitos na turma durante a atividade. O nosso objetivo foi alcançado: percebemos como absorveram e questionaram o conteúdo.

Eventos como esse fazem-me pensar o quão essencial o programa está sendo tanto para os bolsistas e voluntários quanto para os próprios alunos em sala. Estar presente para além da simples presença, estar presente em intervenções, na ajuda com as dúvidas, em discussões e em construção de conhecimento é, diante da minha percepção, auxiliar a educação de forma efetiva.

Autor@: Pibidian@ Maria Joaquina Colins Magalhães

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